quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Resenha do 3° Capitulo do livro "Pedagogia da Autonomia" - Paulo Freire

              Em “Ensinar exige segurança, competência profissional e generosidade” Freire, leva em consideração a formação do educador. Como futuros pedagogos, devemos ter em mente que sempre devemos buscar inovações, estudar, enriquecer-nos de novos conhecimentos, aprimorar o conteúdo já estudado.
            Quando o educador não se qualifica, não procura aprimorar seus conhecimentos, ele perde o respeito do qual merece. Pude perceber isso quando estava na 6° série, minha professora de português havia assumido a coordenação vespertina da escola, surgindo uma vaga para uma nova professora, pois bem, contrataram uma nova professora, suas aulas eram muito bagunçadas, ela explicava várias vezes o mesmo conteúdo, sempre da mesma maneira, nunca mudava, não procurava explorar o conteúdo ou mudar seu método, meus colegas e eu percebíamos como ela não se preocupava em procurar novos métodos, não estudava outras fontes para aprimorar o conteúdo que estava nos ensinando. Os alunos vendo aquela situação faziam de suas aulas, uma verdadeira festa, conversavam, jogavam carteado, falavam ao celular, saiam o tempo todo da sala de aula, o pouco respeito que tínhamos por aquela desconhecida foi se perdendo pouco a pouco.

O professor que não leva a sério sua formação, que não estuda, que não se esforce para estar  à altura de sua tarefa não têm força moral para coordenar as atividades de sua classe. [...] O que quero dizer é que a incompetência profissional desqualifica a autoridade do professor. (FREIRE, 2007. p. 92)
            Quando o professor pesquisa além do necessário instiga o educando a pesquisar também, vemos os resultados deste esforço e dedicação no final de cada bimestre, o aluno aprende mais, melhora o rendimento escolar e enriquece o seu conhecimento. Assim o professor recebe o carinho e respeito dos educandos e de toda a sociedade.
            Freire mostra como é importante o educador ser comprometido com o que faz. É necessário que o educador tenha postura naquilo que faz e decide, um dos seus compromissos mais importantes, é ensinar e não simplesmente dar o conhecimento de bandeja ao educando, aliás o educador tem o compromisso de pesquisar e ensinar e o aluno de pesquisar e aprender. O educador teve ter consciência de que não deve chegar até o aluno com as respostas e sim, instigá-lo a descobrir, pesquisar e aprender por várias vezes por si só, assim estará mostrando ao educando que tem capacidade.
            A educação pode mudar o caminho e a vida de uma sociedade, às vezes vemos e até ouvimos “como aquele menino é mal educado, certamente deve ser esta a educação que recebe em casa.”, realmente a educação é tudo, a criança recebe ensinamentos de comportamento e formação intelectual de seu ambiente familiar, e a escola vem ser o seu complemento. O educador tem de agir por meios coerentes, lutar por uma boa educação, pela qualidade do ensino, pelas condições de ensino, usar sua autoridade e cargo com ética, moral e dignidade e jamais extrapolar a confiança que em si é depositada.
            Freire usa os pais e filhos como exemplo para explicar sobre a liberdade e autoridade, “[...] nem sempre a liberdade do adolescente faz a melhor decisão com relação ao seu amanhã”, diz Freire, e realmente é verdade, é claro que os pais devem estar presentes nas decisões dos filhos, mas é importante que os pais deixem que os filhos tomem as decisões mesmo não sendo as corretas, pois é errando que se aprende, imagine se somente os pais decidissem tudo para o filho, no dia em que o mesmo precisasse decidir algo muito importante, não saberia decidir, pois não saberia como, Freire nos explica que é somente decidindo que se aprende a decidir.
            Os filhos devem criar sua autonomia sozinhos, assim como o educando, mas é claro, com interferência dos pais e educadores quando necessário. Em meio escolar, o educador deve desafiar os educandos, passando confiabilidade, mostrando que acredita que são capazes e que sozinhos poderão construir maravilhosos projetos, podendo surpreender e se surpreender.
            Freire por várias vezes em seu livro, nos mostra como é importante a afetividade entre educador e educando, não é possível construir um ensino sem alegria, capacidade e competência. Um dos últimos e em minha opinião, o mais importante ponto encontrado neste livro, é que não há importância na faixa etária que o educador trabalhe, mas sim importa a dedicação e carinho pelo trabalho que assume e faz, quando se trabalha com aquilo que se gosta, o trabalho torna-se produtivo e prazeroso, fazer da sala de aula, um ringue, onde de lá saem verdadeiros lutadores e vencedores.

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